Deus NÃO conjuga o verbo AMAR
Confesso que tenho certa dificuldade com I Corintios 13. “Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o sino que ressoa ou como o prato que retine…”
É um capítulo lindo e extremamente confrontador também. Mas o que mais me incomoda são as interpretações que se fazem dele, a maioria de gente frustrada com relacionamentos, esperando encontrar a pessoa perfeita que se encaixe em cada versículo do capítulo.
Uma coisa que aprendi é que a Biblia é uma coletânea de livros que SE COMPLETAM. Por isso, toda leitura dela deve ser feita pensando-se no contexto histórico e também como parte de um todo. Tendo isso como premissa, chego a seguinte conclusão: Deus NÃO conjuga o verbo amar.
Uma pequena frase resume isso – “Deus É amor”. Logo, I Corintios 13 é uma descrição de ALGUNS atributos de Deus em relação a nós, e não de um “mero” sentimento romântico como muitos insistem em afirmar.
“O amor nunca perece; mas as profecias desaparecerão, as línguas cessarão, o conhecimento passará.” [Versiculo 8]
“Quando, porém, vier o que é perfeito, o que é imperfeito desaparecerá.” [Versiculo 10]
Se o amor nunca perece, logo ele é perfeito, porque tudo o que é imperfeito, desaparecerá. Isso não lhe parece uma clara analogia a volta Jesus? E o verso 12 deixa essa impressão muito mais clara.
“Agora, pois, vemos apenas um reflexo obscuro, como em espelho; mas, então, veremos face a face. Agora conheço em parte; então, conhecerei plenamente, da mesma forma como sou plenamente conhecido.
Deus NÃO conjuga o verbo amar, porque Ele NÃO é mero sujeito. Ele É o verbo encarnado.
Tendo isso posto, tenho duas notícias para nós.
1 – Absolutamente NINGUÉM é capaz de viver plenamente o que está escrito em I Corintios 13.
2 – Paulo é ousado o suficiente para dizer “Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo.” Como ouvi do pastor Ariovaldo Ramos há pouco tempo, como filhos adotados por Deus atraves do sangue de Cristo na cruz, nossa esperança é poder ouvir Jesus chegando em Deus e dizendo “Pai, ele(você) não é a Sua cara?”. Ou seja, se a perfeição virá no corpo glorificado, nossa obrigação, como discipulos do Cristo ressurreto, é caminhar cada vez mais de perto, incorporando seu caráter, sua mente e seu coracão.
Deus NÃO conjuga o verbo amar. Mas entendendo o seu mandamento, a obrigação de viver essa conjugação é nossa. A cruz já foi vencida. O pagamento foi feito. O meu Cristo vive. E o que posso fazer até a sua volta é ser cristão (um pequeno Cristo).
Porque “assim, permanecem agora estes três: a fé, a esperança e o amor. O maior deles, porém, é o amor.”
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