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sexta-feira, 27 de maio de 2011

Deus NÃO conjuga o verbo AMAR

Confesso que tenho certa dificuldade com I Corintios 13. “Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o sino que ressoa ou como o prato que retine…”
É um capítulo lindo e extremamente confrontador também. Mas o que mais me incomoda são as interpretações que se fazem dele, a maioria de gente frustrada com relacionamentos, esperando encontrar a pessoa perfeita que se encaixe em cada versículo do capítulo.
Uma coisa que aprendi é que a Biblia é uma coletânea de livros que SE COMPLETAM. Por isso, toda leitura dela deve ser feita pensando-se no contexto histórico e também como parte de um todo. Tendo isso como premissa, chego a seguinte conclusão: Deus NÃO conjuga o verbo amar.
Uma pequena frase resume isso – “Deus É amor”. Logo, I Corintios 13 é uma descrição de ALGUNS atributos de Deus em relação a nós, e não de um “mero” sentimento romântico como muitos insistem em afirmar.
“O amor nunca perece; mas as profecias desaparecerão, as línguas cessarão, o conhecimento passará.” [Versiculo 8]
“Quando, porém, vier o que é perfeito, o que é imperfeito desaparecerá.” [Versiculo 10]
Se o amor nunca perece, logo ele é perfeito, porque tudo o que é imperfeito, desaparecerá. Isso não lhe parece uma clara analogia a volta Jesus? E o verso 12 deixa essa impressão muito mais clara.
“Agora, pois, vemos apenas um reflexo obscuro, como em espelho; mas, então, veremos face a face. Agora conheço em parte; então, conhecerei plenamente, da mesma forma como sou plenamente conhecido.
Deus NÃO conjuga o verbo amar, porque Ele NÃO é mero sujeito. Ele É o verbo encarnado.
Tendo isso posto, tenho duas notícias para nós.
1 – Absolutamente NINGUÉM é capaz de viver plenamente o que está escrito em I Corintios 13.
2 – Paulo é ousado o suficiente para dizer “Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo.” Como ouvi do pastor Ariovaldo Ramos há pouco tempo, como filhos adotados por Deus atraves do sangue de Cristo na cruz, nossa esperança é poder ouvir Jesus chegando em Deus e dizendo “Pai, ele(você) não é a Sua cara?”. Ou seja, se a perfeição virá no corpo glorificado, nossa obrigação, como discipulos do Cristo ressurreto, é caminhar cada vez mais de perto, incorporando seu caráter, sua mente e seu coracão.
Deus NÃO conjuga o verbo amar. Mas entendendo o seu mandamento, a obrigação de viver essa conjugação é nossa. A cruz já foi vencida. O pagamento foi feito. O meu Cristo vive. E o que posso fazer até a sua volta é ser cristão (um pequeno Cristo).
Porque “assim, permanecem agora estes três: a fé, a esperança e o amor. O maior deles, porém, é o amor.”

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Dai aos Gays o que é dos Gays e a Deus o que é de Deus


Carlos Moreira


Introdução

Na última quinta-feira, através da publicação da revista Veja, nos deparamos com os detalhes da decisão inédita do Supremo Tribunal Federal sobre duas matérias de suma importância para o povo brasileiro.

No julgamento da primeira ação, proposta pelo governo do Rio, o STF reconheceu que as uniões homoafetivas – casais do mesmo sexo – passam a ter os mesmos direitos das uniões de casais heterossexuais. “O objetivo é que os servidores tenham assegurados benefícios como previdência, concessão de assistência médica e licença”.

A segunda ação dizia respeito a uma petição da Procuradoria-Geral da República. Ela reclamava “além do reconhecimento dos direitos civis de pessoas do mesmo sexo, declarar que uma união entre estas pessoas é uma entidade familiar”. Essa decisão, na prática, permite que tais casais possam, por exemplo, adotar filhos ou pleitear que seus relacionamentos sejam convertidos em casamentos.

Polêmicas a parte, pois após a decisão veio de imediato uma reação política quanto à competência do STF de tratar questões que deveriam ser, prioritariamente, conduzidas pelo Congresso Nacional, o que está diante de nossos olhos é o prenúncio de profundas mudanças que se estabelecerão no cenário sócio-cultural-religioso de nosso país. 

Colocados estes pontos, surge à questão central da qual trata este artigo: “e nós, na condição de cristãos que somos, como devemos nos posicionar frente a estas decisões?”.

Instâncias de Poder na Época de Jesus

Antes de qualquer consideração, quero trazer-lhe uma porção das Escrituras: “Ele lhes disse: "Portanto, dêem a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus" Lc. 20:25. Para que você possa discernir a profundidade e as implicações da resposta de Jesus, é fundamental compreender as funções de duas instâncias político-religiosas da nação de Israel em Seu tempo: o Rei e o Sinédrio.

Desde o ano 4 a.C a Galiléia era governada por Herodes Antipas, que reinou até o ano 39 d.C. Ele era um déspota, dono absoluto de tudo, homem que não devia e não prestava contas a ninguém, além de não possuir ética alguma, contudo, por pertencer a uma linhagem “real”, era temido e aceito pela grande maioria do povo como autoridade política. Mas, na realidade, quem governava de fato a Palestina, desde 63 a.C., eram os romanos. De fato, Herodes era só uma marionete nas mãos do império, um “inocente” útil, uma figura caricata, aparentava ter poder, mas, na verdade, fazia apenas o que lhe era ordenado. 

O Sinédrio, por outro lado, e de forma bem diferente, representava o supremo tribunal dos judeus em Jerusalém, uma espécie de senado, e sua influência se estendia tanto a Judéia quanto a Galiléia, além de possuir o controle do Templo. Sua função primordial era julgar assuntos da Lei quando surgia algum tipo de discórdia e sua decisão era final, não cabendo qualquer apelação. O Sinédrio era composto por 71 membros, sendo a grande maioria pertencente ao partido dos Saduceus, os quais representavam o poder, a nobreza e a riqueza. 

Voltemos ao texto. Se você for ler todo o capítulo, perceberá que a discussão de Jesus é com mestres da Lei, sacerdotes e líderes religiosos. Eles queriam apanhar Jesus em algum tipo de contradição, fato que seria suficiente para levá-lo diante do Sinédrio (instância religiosa). Por outro lado, se ele cometesse algum tipo de transgressão civil, como um motim, poderia ser levado ao rei Herodes (instância política) e este, por sua vez, o encaminharia para ser julgado pela autoridade romana competente, no caso, Pilatos.

Mas a armadilha não funcionou. A resposta de Jesus deixou todo mundo de “calça curta”, foi um verdadeiro “xeque-mate”: “dêem a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus". Nela nem se podia encontrar violação contra o império, nem muito menos transgressão religiosa. A questão aqui é: Jesus ficou em cima do muro? Tendo sido ousado em tantas outras questões, “amarelou” nesta?

Eu sempre achei curioso o fato de Jesus não entrar no tema em si, de não questionar se o imposto era certo ou errado, justo ou injusto, devido ou não, se seu destino era para realizar o bem ou apenas para servir de instrumento de enriquecimento ilícito de uns poucos. Na verdade, Jesus fez uma dicotomia perfeita: separou a instância política dos preceitos da religião, e mesmo assim não deixou de pontuar o que era concernente ao Reino de Deus; pôs cada coisa em seu devido lugar!      

O Estado Moderno e a Igreja

Como devemos nos posicionar quanto às decisões do STF? Bem, antes de dizer o que penso, deixe-me trazer uma questão conceitual importante sobre a diferença que há entre o poder do Estado e o “poder” da Igreja.

Citando Gustavo Biscaia de Lacerda, Mestre em Sociologia Política pela Universidade Federal do Paraná, “a separação entre a Igreja e o Estado é um dos princípios basilares do Estado brasileiro e, na verdade, do moderno Estado de Direito. Embora em um primeiro instante pareça que ele refere-se apenas à impossibilidade de o Estado não professar nenhuma fé, ele tem outras aplicações. A separação entre Igreja e Estado não é apenas um princípio negativo, que veda ao Estado a profissão de fé ou à Igreja de intrometer-se nos assuntos estatais; na verdade, o que ele consagra é a laicidade nas questões públicas, no sentido de que não se faz – não se deve fazer – referência a religiões ao tratar-se das questões coletivas”.

“Traduzindo em miúdos”, no Brasil, desde a constituição de 1.891, Igreja e Estado são instituições separadas, que possuem suas próprias leis e jurisdições, e que não podem interferir uma nas ações da outra.

Eu estou certo de que nós teremos muitos protestos, em todo o país, quanto a estas decisões polêmica do STF. Várias instituições religiosas, tanto católicas quanto protestantes, se manifestarão contundentemente de forma contrária. Meu pensamento, todavia, é diferente, e aqui falo por mim mesmo, não sendo representante de nada nem de ninguém a não ser de minha própria consciência.

Parte do texto da ação impetrada pelo governo do Rio de Janeiro diz o seguinte: “... Não reconhecer essas uniões contraria princípios constitucionais como o direito à igualdade e à liberdade, além de ferir o princípio da dignidade da pessoa humana”.

Conclusão

Para mim, há duas formas de um cristão se posicionar frente a estas questões. A primeira é reconhecer o direito do Estado de fazer cumprir as leis, de agir de forma justa quanto à coletividade, de buscar o bem comum independentemente de raça, credo, cor, orientação sexual, ou qualquer outra questão que produza diferenciação, exclusão ou acepção.

Se você me perguntar se eu acho que os gays têm direito a dignidade, direito a receber benefícios aos quais, mediante a lei, façam jus, direito a ser tratados com equidade, eu lhes direi que sim, pois penso ser esta uma questão de Estado e que nos remete ao princípio inalienável da dignidade humana. O fato de discordar da forma como vivem do ponto de vista de sua orientação sexual não é motivo para desejar privá-los de seus direitos civis. E mais, acho que eles possuem os mesmos direitos dos adúlteros, dos mentirosos, dos facciosos, dos sonegadores do imposto de renda, dos avarentos, dos egoístas, dos jactanciosos e dos fofoqueiros. Fico por aqui para não ter de citar a lista de todos os pecados que cometemos, eu e você...

A segunda forma de responder a estas questões me retira do âmbito do Estado e me coloca dentro da “jurisdição” do Reino de Deus. Por esta perspectiva, se você me perguntar se um casal gay pode ser considerado uma “entidade familiar” eu lhe direi que não, pois isto fere um princípio das Escrituras onde Deus estabelece a família como sendo a união entre um homem e uma mulher. Ainda assim, terei de acatar a decisão do Estado, por ser ela de caráter civil, e por ser o Estado laico, mas dou-me ao direito de, na Igreja, pensar de forma diferente, não estabelecendo assim tal decisão como parâmetro ou padrão para a comunidade de fé.

E mais, sendo eu partícipe de uma sociedade democrática, dou-me ao direito de expor meu pensamento de que o Estado pode ir até certo ponto e de que o Evangelho, encarnado em Jesus, vai a partir de então, pois, sendo confrontados um contra o outro quanto a princípios estabelecidos nas Escrituras, “seja Deus verdadeiro e todo homem mentiroso” uma vez que “importa agradar primeiramente a Deus, e não aos homens”. Se esta conta ficar cara, e me cercear meu direito de liberdade, de exercício ministerial, gerar perseguição, ou seja lá o que for, terei uma grande oportunidade de provar qual a natureza, significado e propósito de minha fé. 

Assim, resumindo, eu diria o seguinte: “daí aos gays o que é dos gays e a Deus o que é de Deus”. Não deixarei de pregar que o padrão das Sagradas Escrituras para a sexualidade humana é a união entre homem e mulher, mas também não permitirei que minha consciência seja cauterizada pela caducidade da “letra” que mata em detrimento do Espírito do Evangelho, não me darei ao desplante de "coar mosquitos e engolir camelos", não distorcerei a justiça sendo tendencioso por causa de questões que a Igreja condena, não ficarei cego quando o assunto tratar do que é justo quanto à dignidade humana em razão de preconceitos religiosos, pois fui chamado para ser portador da Graça, não do juízo, quero anunciar a Salvação, não a condenação, ser instrumento do Amor, não do ódio. Quem achar ruim, que vá fazer piquete na rua!
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.((( texto tirado do site genizah )))


terça-feira, 10 de maio de 2011

Pedras ou Pães


Nas férias, li um artigo muito interessante intitulado ‘bread or stone’ (pão ou pedra). O que mais me chamou a atenção foi o modo como o autor lidou com o tema ‘tomada de decisões’. Utilizando a figura do pão e da pedra, ele trabalhou duas ideias básicas. A primeira é a de que a grande maioria dos líderes gosta de tomar decisões do tipo ‘pão’ (aquelas que ‘alimentam’ o grupo gerando contentamento e que são de fácil digestão). Liderados gostam desse tipo de decisão e chegam a aplaudir seus líderes quando estes a tomam. Esses líderes se esquecem, porém, de onde vem o pão: da farinha! Decisões desse tipo, em geral, não servem para construirmos grandes ações no Reino. Apesar de agradar a maioria, a curto prazo, acabam se tornando ineficientes e prejudiciais ao grupo.

Por outro lado, existem decisões do tipo ‘pedra’ (são aquelas ‘duras de engolir’ e que ‘não servem de travesseiro’). A grande maioria dos liderados detesta quando o líder toma uma decisão assim e, em geral, reclama, tentando transformar a ‘pedra’ em ‘pão’. Dizem que o líder é ‘duro demais’ ou então que não tem ‘jogo de cintura’. A questão é que com pedras podemos construir alicerces que no futuro darão segurança e estabilidade a nossos investimentos no Reino de Deus.

Sempre esbarraremos em ‘pedras e pães’. Precisamos de sabedoria para não nos deixarmos influenciar por nossos expectadores e darmos o pão na hora errada ou oferecermos a pedra quando os alicerces já estão construídos. E é aqui que entra o discernimento. Sem ele temos de tudo para errar, mas com ele o acerto já é garantido. Na prática, o discernimento seria a arte de dar pão e pedra de acordo com as necessidades do Reino. Como descobrir isso? Precisamos de intimidade com Deus para ouvirmos a voz do Espírito Santo mas também de avaliação honesta, crítica e profunda sobre a situação. Não podemos ser dirigidos por comentários infundados, opiniões que não expressam a realidade ou então provocações de nossa carnalidade. Com discernimento, poderemos agir motivados pelo que é certo e não pelo que é simpático; pelo que é proveitoso para o Reino e não proveitoso para um pequeno grupo de pessoas; pelo que é melhor a longo prazo e não apenas melhor para um momento.

Pensando neste tema, lembrei das palavras de Jesus “não só de pão viverá o homem...” e “sobre essa pedra edificarei minha Igreja’. É mais fácil carregar e distribuir pães do que pedras. E aí mora o perigo: fazermos o mais fácil. Quem quer produzir pão precisa primeiro construir sua padaria, e aí entra a figura da pedra que dá a solidez para construção e pode ser utilizada até mesmo para erguer as paredes. Nossas decisões devem priorizar a solidez e o correto. Se os pães puderem ser utilizados depois, então, que nós os distribuamos. Alimentar o liderado não é o bastante: precisamos dar-lhe uma base sólida para que ele tenha onde se abrigar nas tempestades da vida.

Que descubramos como carregar e distribuir pedras para a edificação. E que após isso tenhamos a alegria de entregar muitos pães, quentinhos e saborosos, que, com certeza, gerarão satisfação a todos.

REFLEXÃO

1.  Você está diante de decisões do tipo ‘pedra e pão?
2.  Com discernimento, qual é a decisão ideal para esse momento?
3.  Sua liderança tem sido marcada pela solidez ou apenas pela simpatia?
4.  Você tem construindo um ministério sólido, mesmo quando algumas decisões desagradam seus liderados?
5.  Você é guiado pelo discernimento ou pelos apelos emocionais de um grande ou pequeno grupo?
6.  Deus tem te dado pedras ou pães para a distribuição?

Só um lembrete: pedra não é espinho. É possível entregar pedras sem ferir ninguém. Por outro lado, pão, depois de algum tempo, pode se tornar duro como uma pedra.
Que Deus nos dê sabedoria nas decisões. 


quarta-feira, 4 de maio de 2011

Eu Não Evangelizo !

Se evangelizar é encontrar uma pessoa na rua e com toda cara de pau dizer "Jesus te ama" e dar as costas, eu não evangelizo.

Se evangelizar é tocar hino nas praças e ir para casa se achando o máximo, eu não evangelizo.

Se evangelizar é ir numa marcha para fazer propaganda de igreja e cantores, eu não evangelizo.

Se evangelizar servir para arrastar pessoas para igreja quando tem festinhas com comida e montar esquemas para ela se sentir bem-vinda somente naquele momento, eu não evangelizo.

Se evangelizar é entregar folhetos que serão jogados no chão e criará mais sujeira nas ruas, eu não evangelizo.
Se evangelizar é pregar com base para embutir culpa nas pessoas bombardeando-as com idéias de pecado e conseqüentemente o inferno para os maus e céu para os bons, eu não evangelizo.
Se evangelizar é convencer as pessoas a se protegerem do mundo dentro de uma igreja que acaba se tornando um bunker contra toda guerra espiritual e ofensivas do diabo, eu não evangelizo.
Se evangelizar é sistematizar o Evangelho, eu não evangelizo.

Agora se evangelizar é caminhar junto, estar presente na vida das pessoas, ser ombro amigo, chorar e rir em vários momentos, então eu creio que eu evangelizo.
Afinal entendo que o maior evangelismo de Cristo, foi estar ao lado, foi comer junto e presenciar toda a aflição e alegria do teu próximo.
Creio que evangelizar é sinônimo de relacionamento. O verdadeiro evangelho não é feito de seguidores e sim de amigos.

Portanto, se evangelizar é partilhar o pão nosso de cada dia, eu evangelizo..
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